Eu sei como é odiar a si mesmo. Eu sei como é desejar não
ter nascido, desejar não ser quem você é, desejar ser aceito. Sei como é fugir do espelho, sentir um arrepio
correr pelo corpo toda vez que olha pra uma balança, odiar seu próprio corpo. Sei
como é se sentir completamente sozinho e incompreendido, odiado e indesejado,
uma piada ambulante. Sei como é querer fugir de si mesmo, sair todos os dias de
casa com um sorriso que não é seu. Sei como é ter que esconder as cicatrizes, colocar a culpa no gato ou no cachorro e dizer que foram arranhões.
Sei como é andar na rua e sentir como se vergonha, culpa e desespero estivessem estampados em seu rosto para todos verem. Eu sei como é ver as pessoas rindo da sua dor, ver as pessoas dizendo que você não é nada, não é suficiente. Eu sei como é se esconder debaixo das cobertas e chorar baixinho toda noite. Eu conheço o desespero de ser assim, de não enxergar um futuro. Eu sei como é desejar loucamente a morte.
Eu sei como é desejar a lâmina, o sangue, os cortes.
Você não é o único, não está sozinho.
Purple Butterfly
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