sábado, 30 de novembro de 2013

Desesperada


As vezes o desespero toma conta da gente. Chegamos a um ponto no qual não dá pra agüentar, não dá pra simplesmente abaixar a cabeça e sorrir, é demais...É demais pra mim. Agora todos pensam que eu estou melhor, mas ainda tenho muito o que melhorar. Eu ainda quero me cortar, não quero comer. Se eu me cortar vão me internar, se eu ficar sem comer ou vomitar, vão me internar. Estou a um passo de ser internada. Minha cabeça está explodindo.

Que ódio de mim. Minha vontade é gritar, chorar, destruir o quarto, cortar meus pulsos, pernas, coxa, barriga, todo meu corpo. Essa dor me consome de dentro pra fora, me deixa louca. Não dá pra ficar assim. Eu não sei ser feliz.Eu não sei andar por aí bem, alegre e otimista. Eu sou triste, eu sou a menina do canto com mangas longas. 

Preciso chorar, preciso gritar, preciso me cortar. Meu passado é pesado  demais pra que eu consiga carregá-lo.  Se todas as pessoas que me magoaram conseguissem olhar dentro da minha alma e ver o que elas fizeram, elas sentiriam nojo de si mesmas. Não como me sinto...triste, derrotada, com medo...

Desesperada.


Purple Butterfly

Eu sei como é


Eu sei como é odiar a si mesmo. Eu sei como é desejar não ter nascido, desejar não ser quem você é, desejar ser aceito. Sei como é fugir do espelho, sentir um arrepio correr pelo corpo toda vez que olha pra uma balança, odiar seu próprio corpo. Sei como é se sentir completamente sozinho e incompreendido, odiado e indesejado, uma piada ambulante. Sei como é querer fugir de si mesmo, sair todos os dias de casa com um sorriso que não é seu. Sei como é ter que esconder as cicatrizes, colocar a culpa no gato ou no cachorro e dizer que foram arranhões.

Sei como é andar na rua e sentir como se vergonha, culpa e desespero estivessem estampados em seu rosto para todos verem. Eu sei como é ver as pessoas rindo da sua dor, ver as pessoas dizendo que você não é nada, não é suficiente. Eu sei como é se esconder debaixo das cobertas e chorar baixinho toda noite. Eu conheço o desespero de ser assim, de não enxergar um futuro. Eu sei como é desejar loucamente a morte.

Eu sei como é desejar a lâmina, o sangue, os cortes.

Você não é o único, não está sozinho.

Purple Butterfly

Hoje


Hoje está sendo um dia difícil, não muito diferente do resto dos meus dias. Meu corpo todo está gritando “Sua gorda, se corte!”, mas eu estou resistindo. Ás vezes eu simplesmente não sei como consigo conviver comigo mesma. Eu odeio meu corpo, confesso que do meu rosto eu até gosto, mas o fato de eu ser gorda acaba com tudo. E as cicatrizes espalhadas por eles. Elas me lembram de tudo, me lembram do suicídio, de não comer, de ficar dopada o dia inteiro.

Estou resistindo, mas me sinto cheia, quero por tudo pra fora, quero encher minha barriga de cortes. Como eu sinto falta dos cortes, mas eu não quero mais me cortar. O problema é que toda vez que me lembro do quão gorda eu sou, toda vez que eu como, toda vez que olho pra balança, eu me lembro que eu mereço a dor enquanto for assim.  Se eu conseguisse ao menos chorar, liberar tudo isso, mas não. Eu sinto que ainda não cheguei ao meu limite, quando eu chegar ficarei horas chorando.

E essa é minha vida: conviver com minha mente me torturando, resistindo o máximo que posso e ao chegar ao meu limite, me desfazer em lágrimas.

Purple Butterfly

Sobre o blog.



Lágrimas, elas raramente caem de meus olhos, mas quando caem, não querem parar de cair. O que costuma representar minha tristeza é meu sangue. Já estou tão acostumada com os cortes que meus olhos desistiram de chorar. E então surge "When i'm crying", um blog que vai contar meus sentimentos, aqueles que vem à tona quando estou tão carregada e consigo me expressar com lágrimas. Não são sentimentos bonitos, então se você quer ler sobre fantasia e alegria aconselho que visite outro blog, por que aqui vocês vão encontrar meu cansaço, minha tristeza, meu ódio, minha dor.

Purple Butterfly
"As vezes dá preguiça, na areia movediça. Quanto mais eu mexo mais afundo em mim."
Danni Carlos