segunda-feira, 14 de julho de 2014

Eu fico triste quando


Eu fico triste quando as pessoas falam coisas sobre mim que eu não quero ouvir. Fico triste quando fazem piadas sobre auto-mutilação, bulimia.  Fico triste por "qualquer besteira". Quando me olho no espelho, quando vejo minhas roupas, meu cabelo, quando assisto a um filme que mostra uma realidade que eu queria ter. Quando vejo uma menina mais bonita, quando vejo pessoas junto a seus amigos. Porque tudo me lembra daquilo que eu não sou e queria ser. Me faz pensar na realidade que eu nunca vou viver. Nessa parte de mim que sempre será apenas um sonho. 

Meus sentimentos são sempre extremos, então mesmo que seja algo bobo pra mim pode ser a morte. Não suporto que me ignorem e a opinião dos outros me afeta demais. Tudo que eu mais quero é ser perfeita, aceita e elogiada. Eu busco nos outros o que eu não encontro em mim mesma. Por isso eu fico triste todo dia, porque os outros não podem preencher esse vazio.

Purple Butterfly

*estou postando do app do blogger para celular. Peço desculpas por eventuais erros.

domingo, 13 de julho de 2014

A culpa é minha

*Gente, finalmente consegui acessar o blog daqui de casa! Vou tentar continuar a postar, mas a internet está caindo toda hora. Bom, de qualquer modo, estou de volta. Estava com saudades!

Eu sempre coloquei a culpa de tudo que acontecia comigo nos outros. Minha depressão, toda tristeza, todos os traumas, era tudo por causa deles. Eles que não tinham sido boas pessoas comigo, eles que não tinham me dado a atenção devida, eles, eles e eles. Agora eu vejo que isso não é verdade. Eu neguei durante muito tempo, mas a culpa é minha. Do bullying até as brigas dentro de casa, a culpa está sobre mim.

Se eu fosse uma boa pessoa, doce e meiga, bonita e magra, acho que eles não teriam me maltratado e meus pais não teriam do que reclamar. Eu causo um inferno na minha casa. “Se eu me deixasse levar pelas suas atitudes eu já estaria em depressão. E não é uma depressãozinha, eu estaria querendo me matar já”, disse minha mãe. E ela está certa. Eu trago dor e sofrimento à ela.

As vezes eu me lembro do tempo em que eu não deixava ela cuidar dos meus cortes e em como ela tinha que brigar comigo pra eu comer o café da manhã. Quantas vezes ela já saiu chorando...ninguém merece isso, ela não merecia uma filha como eu. Estou em uma crise que vai deixar sequelas. Não consigo sair do quarto, não consigo falar com as pessoas, isso por quê sei que sou anti-social e que a culpa é toda minha. Eu não sei lidar com as pessoas, eu nasci pra ficar sozinha, pra viver sozinha, pra morrer sozinha.


Purple Butterfly

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sobre a falta de postagens

Anjos, peço perdão por não postar há algum tempo, mas estou sem internet em casa. Estou com vários textos escritos, mas ainda não tive como postar. Assim que tiver minha internet de volta eu volto a postar pra vocês, amores. Eu estou bem (tentando continuar viva) e com saudade de vocês.

Bjs,

Purple Butterfly

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Eu o abracei


Faltam apenas dois dias para que eu complete 100 dias sem cortes. Esses últimos dias tem sido realmente muito difíceis pra mim, mas qual dia não é? Hoje em especial aconteceu algo, um momento que durou no máximo dois minutos, mas que com certeza ficará marcado na minha memória para sempre.

O curso que eu faço na faculdade pede que eu desenhe bastante e para apontar lápis de cor, entre outras coisas, eu preciso usar estilete. Eu nunca tinha tido problemas em manusear um estilete, nem ao menos havia pensado em me cortar com ele, pra mim ele era apenas um instrumento de desenho. Mas hoje foi diferente.

Eu terminei de apontar o lápis, minha mãe estava no banho, e de repente eu olhei pro estilete e simplesmente não consegui me mover. Tudo no que conseguia pensar era em cortar meus pulsos com eles. Talvez não os pulsos, mas qualquer parte do corpo. Eu fiquei pensando em que parte cortar ao mesmo tempo que olhava pra data no computador e repetia pra mim mesma: “Será que vou cair faltando tão pouco?”. Enfim, eu fiz algo que nunca vou esquecer: Eu abracei o estilete. Eu o coloquei contra meu peito e o abracei como se fosse algo que fosse mais necessário que a vida, algo que eu amasse mais do que a mim mesma, algo que eu não via há muito tempo. Eu abracei com tanto amor e cuidado...Eu não me cortei, mas esse ato me fez pensar. Me fez pensar no quanto sou doente. Que tipo de pessoa abraça um estilete? Que tipo de pessoa ama uma lâmina?

Elas significam muito pra mim. Significam calma, força, companhia, identidade. São minhas velhas amigas que há muito não vejo e que provavelmente não mais verei.
Purple Butterfly

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Qual é o sentido de se viver sem esperança?

"Vivo ou só respirando?"
Me lembro de que quando era criança e no início de minha adolescência eu sonhava muito, tinha expectativas e esperanças em relação à vida. Nesse ponto eu já havia sofrido bullying e a vida já tinha sido bem dura comigo, mas por algum motivo meu coração continuava pulsando e acreditando. Às vezes eu queria que as coisas voltassem a ser como antes. Não que eu fosse feliz naquela época, eu já chorava sozinha em meu quarto e pensamentos suicidas já tinham surgido em minha mente, mas eles não me dominavam. Apesar da tristeza a minha vida funcionava. Eu tinha colegas, atividades, objetivos, esperança. Não sei exatamente quando foi, mas em algum momento isso mudou, a esperança morreu em mim, meus sonhos se desfizeram.

Eu não tenho esperança de que dias melhores virão. Depois já ter tentando o suicídio e ver minha vida chegar ao ponto mais baixo e obscuro do poço, meu coração não consegue mais acreditar. Ele já está totalmente rasgado e remendado, não aguenta mais ser arrebentado. Perdeu sua força, sua capacidade de acreditar. Não acredito em cura, não acredito em felicidade plena, não acredito em mim. E talvez você me pergunte: Se você não acredita em nada, por que parou de se cortar? Bem , geralmente aqueles que param com os cortes o fazem por ter descoberto seu próprio valor ou algo pelo que viver. Eu o fiz por duas razões. Primeiramente por estética. É muito difícil arranjar um emprego se você tem seus braços cobertos de cortes e minha profissão depende muito da aparência. E em segundo, por causa da minha mãe. Eu não aguentava mais ouvir o choro, o discurso dela toda vez que eu me cortava.

O que vou dizer agora talvez seja algo duro de se ouvir, mas se eu pudesse eu me trancaria em um apartamento e me cortaria todos os dias. Eu faria loucuras para ficar magra sem me importar nem um pouco com minha saúde. Eu não me importo comigo, não me acho merecedora. Como alguém vive sem esperança? Como e por que viver sem enxergar sentido na própria existência?  De fato, a única coisa que me conforta todos os dias é saber que um dia eu vou morrer inevitavelmente. Cada dia viva é um dia mais perto da minha morte. Eu estou dando o melhor de mim para suportar essa vida, ansiando desesperadamente pela minha morte.


Purple Butterfly

quinta-feira, 27 de março de 2014

Me Pergunto

"Nunca houve um tempo na minha vida onde eu me sentisse boa o suficiente e digna o suficiente."

As vezes eu me pergunto como é acordar de manhã e não sentir uma dor aguda atravessando seu peito. Como é levantar da cama e não lamentar o fato de você ainda estar vivo e que vai enfrentar mais um dia de dor. Como é acordar com vontade de viver, tomar café da manhã com alegria e satisfação. Me pergunto como é se olhar no espelho e não ter vontade de chorar, não odiar seu reflexo. Como é uma menina que não precisa de muita maquiagem para ficar razoavelmente bonita porque já são belas por natureza. Ser como essas meninas que entram numa sala e todos já a percebem e admiram. Queria saber como é ser bonita.

Me pergunto como é não sentir vontade de morrer, como é sentir amor à vida. Como é não sentir uma tristeza latejando dentro de si 24h por dia. Como é conseguir ficar perto de outras garotas sem se sentir inferior, como é conversar com as pessoas sem se sentir ridícula. Como é passar por uma ponte e não pensar em se jogar, como é olhar para uma faca e não pensar em cortar os pulsos. Como é não sentir seu coração parar por alguns segundos quando alguém fala a palavra “cortar” ou menciona coisas relacionadas a suicídio, depressão ou bulimia.

Me pergunto como é ser uma pessoa normal, com problemas normais. Uma pessoa que não é estranha. Como é ser alguém que não precisa fingir um sorriso. Me pergunto como é ser feliz.


Purple Butterfly

terça-feira, 11 de março de 2014

Progresso...ou regresso?

"Ninguém entende, não me olhe assim com este semblante de bom-samaritano cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente, como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente. Nada existe pra mim, não tente, você não sabe e não entende."



Sabe uma das coisas que mais dói em mim? Ouvir alguém dizer: "Agora você vai começar a faculdade e isso vai passar". Como se toda essa dor, esse sofrimento, fosse simples faltar do que fazer. Como se eu fosse uma simples adolescente que num tinha mais o que fazer e resolveu cortar os pulsos. Além disso as pessoas acham que eu estou melhorando, mas a verdade é que não estou, não realmente. De fato eu parei de me cortar como antes e como normalmente (até demais), não penso mais em me matar com tanta frequência quanto antes. Mas só eu, eu que sinto isso todos os dias, posso dizer como eu realmente estou.
Sabe como eu estou? Estou voltando a ser como antes.

Estou voltando a sentir essa tristeza todos os dias, mas não dizer nada. Voltando a ficar infeliz e me odiar, mas continuar sorrindo e fingindo que sou uma pessoa normal. A única diferença é que agora eu já comecei a escrever e falar quando estou muito triste, mas é a mesma coisa. E dói, dói ver todos a minha volta que estavam como eu progredindo e eu sentindo isso. Ver as pessoas melhorando e eu continuar desse jeito. Dói saber que eles venceram a luta, mas eu apenas continuo respirando.

Não consigo ter esperanças sobre um futuro diferente. Em algum momento da minha vida creio que vou acordar e não conseguir levantar da cama por causa dessa dor interna. Mas prometi que ia ficar viva, então preciso viver. Não consigo nem me expressar direito mais, estou enterrando tudo dentro de mim novamente. Tudo o que eles dizem é que vai melhorar e que a vida é assim...Eu não sei se fui feita pra viver nesse mundo. Na verdade, acho que nunca deixarei de pensar que sou um erro.

Purple Butterfly

domingo, 9 de março de 2014

Relato sobre o meu sofrimento


 Eu não acredito que alguém possa realmente entender o quão doloroso é sair da cama todos os dias, como cada movimento que eu tenho que fazer com o meu corpo e cada palavra que eu preciso falar exigem uma quantidade de energia excessivamente grande que eu não tenho. Falar, pensar, agir, trabalhar, comer, atividades que seriam normais para qualquer um me parecem extremamente sem sentido e eu sinceramente preciso de um esforço extremo para realizá-las. Não me sinto fisicamente e piscicológicamente capaz de viver e lidar com tudo à minha volta. É horrível estar com outras pessoas e ver como elas são felizes, lidam bem com a vida e não sentem praticamente nada disso. Ver como algumas delas querem que eu melhore e ter que fingir um sorriso para não feri-las.

É absurdamente cansativo levantar da cama todos os dias e repetir a mesma rotina com essa dor agonizante dentro de mim, tendo que enfrentar esse vazio que parece ser a única coisa dentro de mim. Andar por sem sentido, apenas cumprindo o que me falam para fazer. Dizem: “Faça o que você gosta, estude, case, e vai melhorar” e eu acato tudo isso sem ter mais alguma esperança de que isso realmente vai dar algum jeito na minha situação. De fato, não me matei ainda pelo simples fato de ter prometido à pessoas que eu amo que não o faria. E a única coisa que realmente me traz paz é o pensamento de que um dia eu irei morrer.

Talvez você ache que eu fico o dia todo reclamando e dizendo como a vida é torturante, mas eu apenas o faço na minha mente. Aparento ser uma pessoa normal e sorridente, mas se prestar atenção pode perceber o meu olhar vazio e triste. Escrevo isso para expressar a dor que é não ver sentido na própria existência. Não acho mais prazer em fazer trabalhos da faculdade ou ler livros. Eu apenas continuo respirando.

Purple Butterfly

*Também disponível em littledarkbutterfly.blogspot.com.br

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Quem sou eu?



O que sou eu sem os cortes? Sem a bulimia, sem a tristeza, sem a depressão? Não sou nada mais que um ser transparente na multidão. Alguém invisível que desaparece lentamente enquanto é consumido pela dor interna que sente. Percebo que tudo que há em mim tem raízes na minha tristeza. Não importa o quanto eu fuja, parece que esse sofrimento faz parte do meu eu. A verdade é que eu não sei quem sou, não conheço minha identidade. Como posso ter forças pra viver sem saber quem sou? Preciso de forças, preciso da lâmina que faz conseguir respirar.

Me dizem pra ser forte, dizem que eu não preciso me cortar. Mas eles não sabem o vazio que eu sinto, como é sentir que você não é nada, não saber quem é. O vazio...é desesperador. É como se eu não existisse. A lâmina me traz um significado, ela me dá algo para dizer que existo. Não é como se eu fosse sozinha e sem amigos, eu tenho amigos e um amor, mas sinto que eu só sirvo para machucá-los. Tudo estaria melhor sem mim.

Me faça sentir que estou viva...por favor...

Purple Butterfly

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Eu deveria estar morta


Se eu estivesse morta tudo estaria certo. Se naquela vez que eu cortei os pulsos eu tivesse conseguido acertar a veia, se meus pais não tivessem visto, se eu tivesse morrido naquele momento ou tivesse tido coragem pra me jogar da ponte naquele dia, tudo estaria como deveria estar, estaria certo e melhor. Eu sou adequada para desaparecer, eu me encaixo, a dor me escolheu.

Se eu estivesse morta meu namorado poderia achar alguém que realmente o fizesse feliz. Alguém que não ficasse deprimida todos os dias ou que pensasse em se matar. Meus pais se veriam livres do fardo que é ter que cuidar de uma bipolar bulimica suicida. Eles poderiam ter uma vida normal. Eu sei que pra algumas amigas eu faria falta, mas sou substituível.

No início iria doer, iriam chorar, talvez mais gente chorando por mim do que eu posso imaginar. Mas com o tempo a ferida iria cicatrizar, eles iriam continuar com suas vidas. E eu? Bom, eu estaria como deveria estar: estaria morta. Eu me tornaria nada mais do que uma vaga lembrança de dor e sofrimento.


Purple Butterfly

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Feridas - uma carta sobre mim, sobre um suicídio que talvez nunca aconteça

"Essas feridas não parecem que vão sarar. Essa dor é tão real. Existe muito que o tempo não pode curar."

Chega um momento em nossas vidas que percebemos que certas feridas não irão sarar, elas simplesmente sempre estarão em nós. Quando eu era criança eu costumava sonhar que um dia tudo iria ficar bem, que eu iria me amar e que minha história iria ajudar várias pessoas, essa era a minha força. Então, durante todos esses anos, desde a minha infância, eu suportei quieta, chorando sozinha, achando que tudo mudaria um dia, mas há certas coisas que nunca irão mudar. Agora eu percebo que o que nunca irá mudar é o que mais me machuca. Eu não gosto de quem eu sou, não gosto de quem eu fui. Não posso mudar meu passado e não há espaço no meu presente nem no meu futuro pra quem eu quero ser. E o pior é que a lembrança de quem eu nuca fui me machuca. Quando vejo uma menina que se assemelha ao que eu queria ser a ferida dói, dói demais.

Eu sou um erro, eu não gosto de mim, convivo com esse sentimento há muito tempo. Eu gostaria de conseguir sentir que sou amada, conseguir sentir que sou importante. Eu realmente acredito que existem pessoas pra quem eu sou importante, que me amam, mas por falha minha eu não consigo sentir. O problema não está nos outros, está em mim, sempre esteve. Eu sempre quis ser perfeita pros meus pais, mesmo sem eles terem pedido. Sempre quis ser alguém que eu não podia ser. O que acontece agora é que estou cansada de fingir trancada no quarto, de viver das minhas fantasias, de alegrias e momentos que nunca aconteceram. Não quero continuar vivendo uma vida que nunca aconteceu. Eu me sinto um fantasma, alguém invisível para o resto do mundo. Não sei porquê, mas me sinto esquecida. Gostaria de desaparecer, de ter coragem para acabar com tudo.

Não posso ser e nunca serei uma menina magra com cabelo colorido, divertida e inteligente. Infelizmente esse tempo já passou. Agora o futuro que está a minha frente me oferece milhares de oportunidades, mas a de ser essa garota não está entre elas. Vou crescer e realizar meu maior medo: não ter conseguido algo que eu queria e ficar traumatizada com isso. O tempo de ser uma adolescente depressiva já passou. Agora preciso começar a vida como adulta, ainda sou uma adolescente, mas estou perto de me tornar adulta. O que farei agora é seguir em frente e esconder essas feridas que permanecerão abertas pra sempre em mim. Essa saudade de quem eu nunca fui, essa vontade de ser eu mesma, de me aceitar. Talvez demore, talvez não, mas eu com certeza irei morrer. Quando eu morrer essa dor vai acabar, eu sei que vai.

Infelizmente não tenho coragem para adiantar esse processo, então vou viver escondendo minhas feridas e esperando que por algum motivo a vida seja retirada de mim. Se eu morrer, se eu conseguir me matar ou simplesmente morrer, essa é a carta que eu deixo. É claro que há muito mais dor em mim do que uma simples carta pode exprimir, mas eu realmente abri o meu coração aqui.

Purple Butterfly

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Não sei como dar título à minha dor.

*Não sabia se iria ter coragem de postar esse texto porque ele ficou muito forte pra mim, mas aqui está.

"Todos os dias eu penso: por que ainda estou aqui?"


Nenhum de nós pediu pra nascer, no entanto nascemos. Eu estou implorando para morrer, mas até agora isso não me foi concedido. Eu não queria existir, eu não quero ser quem eu sou. Tudo o que eu faço é atrapalhar e perturbar as pessoas a minha volta. Não entendo porquê minha existência e necessária. Só trago problemas, sobrecarrego minha família. Meus pais não mereciam uma filha que se corta, uma filha suicida. Se eu continuar viva as cosias só vão piorar.

E meu namorado, meu Deus! Quem merece passar a vida com alguém bipolar e que necessita de cuidado e atenção, que te trata mal sem sentir? Ele com certeza, não. Não sei se posso continuar aqui, eu prometi a algumas pessoas que não me mataria, mas não prometi que pararia de torcer pela minha morte. Eu espero que Deus decida acabar com essa tortura diária logo. Saio de casa todos os dias pensando que talvez um carro me atropele e me mate ou algo diferente aconteça e acabe com a minha vida.

Eu quero tanto que eles sejam felizes, mas não acredito que tal sentimento possa vir a existir comigo aqui. Eu preciso desaparecer, só assim a dor irá embora. Tudo ficará melhor sem eu aqui, eu não deveria estar aqui. Sabem, não sei se algum dia eu conseguirei escrever um texto suficientemente forte para que algum de vocês consiga entender o quanto minha alma sofre.

Encerro o texto com lágrimas nos olhos.


Purple Butterfly, a menina que não deveria existir.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Minha solidão



Eu sempre me senti sozinha. Mesmo com alguns poucos amigos a minha volta, mesmo com família, mesmo com pessoas ao meu lado, a solidão foi quem sempre me acompanhou. Hoje em dia eu gostaria de mudar esse quadro, mas não é tão simples assim. Ter um namorado, amigos, todo o apoio que recebo ajuda muito, mas como eu disse: a solidão sempre me acompanhou. Chega a parecer impossível me desfazer dela. Sinto até mesmo que é impossível. A tristeza, a solidão, sempre foram minhas amigas, sempre estiveram em mim. Não me imagino sem elas.

Todos os dias eu acordo com uma agonia no meu peito, uma vontade de chorar litros de lágrimas. E com o passar do dia eu vou me sentindo cada vez mais sozinha. Há esse lugar dentro de mim que eu não posso remover, esse lugar cheio de memórias tristes, cheio das coisas que me tornam assim. E sabem, ele faz parte de mim, ser triste e solitária faz parte de mim. Eu tento mudar isso, mas talvez não deva ser mudado, apenas amenizado. Talvez eu deva parar de me mostrar tão depressiva, talvez a tristeza, a solidão e eu devêssemos voltar a ser amigas secretas. Ninguém precisa saber do meu sofrimento, minha dor é minha e eu preciso senti-la para ser eu.


Purple Butterfly

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Sufocada

"O ar a minha volta parece uma gaiola"
-Slipknot

Não aguento mais viver assim, me atormentando, me sufocando. Me sinto sufocada pelos limites que me foram impostos e por aqueles que eu mesma construí. Eu quero ser livre! Livre de todos essas "podes e não podes" que me sufocam cada vez mais. Quero ser livre dessa crença de que só serei bonita quando for magra. Quero ser livre da vontade de me cortar. Quero ser livre do que me impede de ser eu, como se o meu verdadeiro eu fosse um erro. Eu quero acreditar em mim, acreditar que eu valho a pena e que sou boa o suficiente.

O problema é que eu não posso ser eu. Não há espaço para o meu verdadeiro eu na minha vida. A minha vida inteira eu tentei agradar pessoas que eu amo, agora na minha vida só há espaço pra isso. Não posso ser quem eu sou ou o que eu quero ser plenamente. Se eu falar só vai piorar as coisas, é melhor continuar quieta. Tudo isso só faz com que eu me sinta mais ainda um erro. E de acordo com o que eles querem eu sou um erro.

Estou sufocada pelos meus sentimentos, pensamentos. Sufocada pelas expectativas alheias e as minhas próprias. Sufocada pelos limites, pelo ar que me rodeia, pelos sonhos que eu não posso realizar. Sufocada pelo erro que eu sou. Sufocada por palavras que chegaram até a mim como facas e me retalharam por dentro. Sufocada pelo meu passado.

Purple Butterfly
"As vezes dá preguiça, na areia movediça. Quanto mais eu mexo mais afundo em mim."
Danni Carlos